SEGUNDO DIA DA JORNADA PEDAGÓGICA

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O grupo da Jornada foi recebido no STTR de Anapú pelo Presidente Manoel Carvalho e alguns presidentes de Associações do município. Em seguida o grupo se dirigiu ao Projeto de Assentamento Grotão da Onça[1] onde foi oferecido um almoço no lote do Vereador Luiz Sena (Ex-presidente do STTR).

No PA Grotão da Onça um grupo de sindicalista de Anapú contou a historia de criação do Município de Anapú e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapú (Sr. Luiz Domingues[2], Menelin, Luiz Sena, Gabriel e outros). O Município de Anapú se emancipou em 1996, a partir da área geográfica de dois outros municípios, Pacajá e Senador José Porfírio.

O Sr. Luiz Domingues já havia colaborado com a criação do STTR de Pacajá. Essa experiência foi fundamental para a imediata criação do STTR de Anapú logo após a emancipação municipal. O Sindicato foi criado num contexto de chegada de muitos migrantes. Cada leva de migrante que chegava adentrava a floresta em busca de terra para trabalhar. Muitas dessas entradas geraram os atuais Projetos de Assentamento e Comunidades existentes no Município. O Sr. Luiz Domingues relatou que havia muita dificuldade, inclusive, financeira. Para montar uma infraestrutura mínima ele chegou a investir dinheiro do próprio bolso.

Na época existia na região a Associação dos Pioneiros de Anapú criada pela Irmã Dorothy Stang. A Associação dos Pioneiros tinha uma ação mais forte na parte territorial do município Senador José Porfírio. Antes da criação do STTR havia na região uma Delegacia Regional da FETAGRI. Tanto a Associação quanto a Delegacia Sindical foram fundamentais para a consolidação do STTR.

Da forma como a história foi contada passou a impressão que havia uma resistência por parte da Irmã Dorothy em relação a criação do STR. Talvez isto tenha sido um reflexo do tipo de sindicato que se tinha em várias regiões e que não representavam de fato a luta dos camponeses. Isso se reafirma a medida que ao conhecer o trabalho realizado pelo STTR Dorothy tornou se uma grande aliados dos trabalhadores/as rurais do município no fortalecimento do STTR na região.

No município a questão fundiária é sempre conflituosa à medida que recebe um fluxo continuo de migrantes e suas terras estão todas requisitadas por pretensos proprietários. A atuação do STTR e das Associações é que tem garantido a posse da terra para muitos Agricultores Familiares.

Impressões gerais

Durante o percurso pela Transamazônica a paisagem revela a estratégia predatória vigente. Áreas com floresta são raras. A maioria das áreas é de pastagens em diferentes estágios de degradação. Encontramos várias boiadas em movimentação entre fazendas o que revela ainda a maneira extensiva da prática da pecuária. É possível ver ainda várias serrarias em operação (não se sabe a origem dessa madeira).

Em vários pontos da estrada encontram-se máquinas pesadas trabalhando na remoção e terraplanagem. Há uma distribuição caótica dessas máquinas o que revela a fragmentação dos contratos entre o governo e as empreiteiras. Encontramos alguns quilômetros de estradas já asfaltadas.



[1] Antiga Fazenda Bacajá (Aproximadamente 3.000 hectares).

[2] Sr. Luiz Domingues veio do Piauí onde já era sindicalizado.

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