JORNADA PEDAGÓGICA – SEGUE A ESTRADA EM DIREÇÃO AO MUNICÍPIO DE MEDICILANDIA

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1º Intercâmbio sobre práticas produtivas - visita ao lote do Sr. Pedro (produtor de cacau)

O Sr. Pedro reside no lote junto com mais 5 famílias (todos parentes). O lote do Sr. Pedro é de 100 hectares (padrão do período do PIC). A propriedade tem 72.000 pés de cacau. Para manejar essa quantidade de pés de cacau o Sr. Pedro mantém ainda 8 famílias no sistema de meia. O Sr. Pedro explicou os dois sistemas de cultivo de cacau praticado por ele e suas famílias: o sistema tradicional e o sistema de cabruca.

O sistema tradicional: nesse sistema a mata é derruba para dar lugar ao plantio de cacau. Como sombreamento inicial para esse tipo de sistema é feito com bananeiras. O cacau é plantado nas entrelinhas das bananeiras. A partir do segundo ano as bananeiras vão sendo retiradas até que fique apenas o cacau.

O sistema de cabruca: nesse sistema o agricultor faz apenas um raleamento da mata ou capoeira e planta o cacau em linhas com distância aproximada de 3 metros entre elas. Nesse sistema o agricultor não utiliza a queima. Este sistema se aproxima muito de um sistema que está em desenvolvimento na região denominada “Roça Sem Queima”. Esse sistema foi desenvolvido por um técnico/agricultor da região (Francisco Monteiro).

O Sr. Pedro não utiliza fertilizantes químicos e nem agrotóxicos nos sistemas desenvolvidos em sua propriedade. Apesar dessa informação constamos o uso de herbicidas nas áreas sob a responsabilidade dos meeiros. Segundo informação do Sr. Pedro esse comportamento dos meeiros tem gerado uma rotatividade dessas famílias em sua propriedade.

Na propriedade do Sr.Pedro existem vários experimentos em andamento. Existem várias parcelas de Roça Sem Queima sendo acompanhado. A CEPLAC e EMBRAPA estão desenvolvendo pesquisa de produtividade do cacau. Os experimentos foram montados em meio real. Uma das pesquisas está acompanhando vários indivíduos (plantas) de maior produtividade. Essas plantas serão futuramente fornecedoras de material genético para reprodução via diferentes técnicas como a enxertia e a clonagem.

O preço do quilo de amêndoa seca de cacau variou na safra atual de R$ 4,00 a R$ 4,5. Os produtores de cacau orgânico das cooperativas da região receberam um preço entre R$ 7,00 a R$ 8,50 por quilo de amêndoa seca. Não foi possível chegar ao custo de produção dos diferentes sistemas de plantio de cacau na região. 

Estima-se que atualmente existem 30 milhões de pés de cacau plantados no município de Medicilândia.

2º Intercâmbio sobre práticas formativas Visita a cooperativa Cacauway[1] - Chocolate da Amazônia (Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica – COOPATRANS).

Presidente: Admir Venturini

A cooperativa foi fundada em 27 de dezembro de 2008. Apesar das experiências negativas anteriores havia na população local um forte sentimento da necessidade de uma atividade cooperativa. Foi isto que estimulou a criação da Cacaway. A cooperativa recebeu apoio financeiro do Estado do Pará (Governo Ana Julia) R$ 2 milhões . A cota parte dos associados é de R$ 5.000,00. Atualmente a cooperativa tem 40 cooperados. A indústria tem uma capacidade de produção diária 150 kg de chocolate. Os produtos finais são: chocolate em barra, bombons, pasta de chocolate. A indústria não aproveita todo o potencial do cacau.  A previsão é que nos próximos anos serão produzidos mais de 40 itens. O volume de amêndoas processada por ano é 30.000 ton. (entre orgânico e não orgânico). A produção de chocolate é comercializada no mercado regional. A cooperativa tem atualmente 14 funcionários. Todos os funcionários são parentes dos produtores de cacau.



[1] Marca comercial.

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