Perspectivas e repercussões das experiências da formação nordestina são avaliadas durante encontro no Nordeste.

Hegemonia popular, emancipação, conhecimento coletivo, transformação da realidade como alternativa participativa e democrática. Estes foram alguns dos conceitos e estratégias apontadas pelos dirigentes sindicais do Nordeste como caminhos para o aprofundamento da discussão da luta de classes que se acirrou no país, neste momento pós golpe. Uma Feira de Saberes também foi montada e as produções dos estados foram socializados durante o segundo dia (25) do Encontro da Regional Nordeste da CONTAG, que acontece em Salvador.

Durante a manhã, as experiências foram apresentadas e os estados puderam fazer um balanço da caminhada dos 10 anos da Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC). Neste momento o olhar para o “retrovisor” e o “para-brisa” apontaram números, repercussões e perspectivas que se apresentaram como desafios para os próximos anos da formação para a classe trabalhadora do campo e para a ENFOC.

As diversas dimensões da luta de classes foram aprofundadas e discutidas a partir das intervenções do Profº Dr. em Educação Cláudio Félix. Ele chamou a atenção para a importância de acreditarmos, como classe trabalhadora do campo, na transformação da sociedade, destacando a necessidade de “acreditarmos nas possibilidades de superação do atual modelo capitalista contrariando a perspectiva da crença da naturalização das práticas e ações que visam subalternizar a categoria”. Alertou ainda de que só quando compreendermos o que é e quais os limites e contradições do que observamos poderemos, efetivamente, promover transformações libertárias.

A educadora e Mestra em Educação, Karla de Souza, apresentou diversos conceitos que permeiam a educação popular e alertou para o fato de que, para muitas pessoas, ela é feita sem uma metodologia, uma sistematização e de “cima para baixo”. Defendeu que a Educação Popular é uma ciência que analisa, inclusive, a contradição e o conflito dentro da perspectiva da solução, da transformação e da intervenção da realidade. Sugeriu ao grupo a apropriação do conceito da Hegemonia Popular e provocou “como vamos avançando e exercitando as identidades e, dentro dessa lógica, o que significa a ENFOC e essa capacidade de ter educadoras/es em todos os cantos do país e que onde estes vão, movimentam a vida e a própria Rede?”

O secretário nacional de Formação, Juraci Moreira Souto, destacou a importância que o nordeste vem tendo dentro da Política de Formação da Escola, afirmando que esses estados estão integralmente comprometidos com a formação. Ele apontou a necessidade de se fazer avaliações mais periódicas e que a formação não é só de uma secretaria, tendo que ser apropriada pelo conjunto do movimento. Ao final, ele oficializou o convite para que tanto a Karla de Souza como o Cláudio Félix integrem a Rede de Colaboradores da ENFOC. O convite foi aceito de imediato pelos dois educadores e saudado pelos participantes.


À noite, foi realizado o momento cultural com música nordestina, comidas típicas baiana e a celebração dos 10 anos de caminhada da Escola. A atividade vai até a próxima sexta-feira (27) e proporá novos percursos para a formação nordestina.

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