Com o objetivo de ser um território onde educadores/as populares, aprendizes de todas as matizes sociais e educadores/as que atuam sob o pressuposto de conhecimento socialmente construído e partilhado de forma horizontal, se reúnem para desenvolver atividades de partilha de saberes nos formatos de rodas de conversa, oficinas, painéis, vivências e visitas nas comunidades, segue até sexta-feira(22 de julho), em Recife, Pernambuco, o 13º Fórum Nacional de Educação Popular (FREPOP).
A CONTAG participa do 13º FREPOP com 5 Oficinas, entre elas, a Oficina "Formação sindical popular e a luta pelo direito à saúde", que será apresentada pela assessora de Políticas Sociais da CONTAG, Juliana Acosta.
O projeto “Formação de Facilitadores para a Gestão Participativa da Política de Saúde do Campo, Floresta e Águas” é uma iniciativa da CONTAG em parceria com a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz .
O projeto foi desenvolvido ao longo de 2 anos e teve como principal objetivo a formação de facilitadoras e facilitadores para o processo de implementação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, Floresta e Águas - PNSIPCFA em 18 estados, contemplando as 5 regiões do País.
Desta forma, foram formados conjuntamente, 182 dirigentes e assessores(as) sindicais e lideranças do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais(MSTTR), coordenado pela CONTAG, e 111 trabalhadores(as) e gestores do Sistema Único de Saúde - SUS para atuação articulada nos processos de formulação e implementação de políticas de saúde loco/regionais, a partir das necessidades de trabalhadores e trabalhadoras na agricultura, contemplando ações de vigilância ambiental e de saúde do trabalhador(a), as questões de gênero, de etnia, geracional, entre outras.
O desenvolvimento do projeto se deu por meio de um curso de formação em dois módulos presenciais, complementados por atividades práticas no período entre os módulos presenciais.
A Educação Popular foi o percurso metodológico adotado, ou seja, partiu-se da realidade de vida dos trabalhadores(as) na agricultura, problematizando este contexto, buscando-se construir caminhos para conscientização e superação das contradições na busca de qualidade de vida no campo.
No primeiro módulo foram problematizadas as situações de saúde e de doença, a partir da realidade dos participantes, contextualizado o histórico de luta pelo direito à saúde e conquista da PNSIPCFA, discutido o modelo de desenvolvimento agrário, bem como os impactos gerados na vida (ambiente, saúde, trabalho, sociedade) de trabalhadoras e trabalhadores na agricultura.
No período intermódulos foram realizadas atividades práticas para aprofundamento das necessidades de saúde nos territórios, envolvendo facilitadores do MSTTR e do SUS, elaborando então um diagnóstico de realidade que subsidiou a elaboração de um plano de ações e metas no segundo módulo, a fim de contribuir com o processo de implementação da PNSIPCFA.
Ao todo foram formados(as) 293 facilitadores(as) e 18 planos de ação elaborados.
Em síntese, os planos de ação foram elaborados a partir de 3 eixos: modos de produção e a relação com saúde e ambiente; controle social e gestão participativa; e ampliação do acesso ao SUS. Foi possível a produção de conhecimentos sobre a questão agrária e o direito à saúde, contribuindo para problematizar a relação entre rural e urbano, demanda e necessidades, saúde e doença e a elaboração de estratégias e ações para enfrentamento à aguda diferenciação em termos de acesso e disponibilidade de redes de atenção à saúde das pessoas que tem seus processos de vida e trabalho relacionados ao campo, florestas e águas.
“Ficou evidente que há demandas históricas que avançam pouquíssimo como o saneamento básico rural, o fim das contaminações por agrotóxicos, um modelo de atenção que contemple as especificidades desta população, com valorização dos saberes e práticas tradicionais e populares de cuidado, entre outras. É estratégico o fortalecimento da pauta da saúde no conjunto do MSTTR, investido em formação e comunicação, como também é preciso fazer que as ações e serviços do SUS passem a atender melhor as necessidades de saúde destas populações, garantindo condições para implementação da PNSIPCFA em sua integralidade”, destaca o secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves.
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