FREPOP estimula pensar a educação popular em diferentes possibilidades

De terça-feira até o próximo sábado, o Campus da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, está sendo ocupado por educadores e educadoras populares de todo o Brasil e de alguns países vizinhos, como Argentina, com a realização o 13º Fórum de Educação Popular – Frepop. 
 
Entre rodas de conversa, oficinas e apresentações culturais, em torno do tema: “Educação Popular: democracia e os desafios das lutas sociais na construção da sociedade que queremos”, os/as participantes querem fortalecer o sentido do intercâmbio de saberes diversos.

Com a participação de diversos segmentos da sociedade civil organizada,  entre eles o Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR), os/as educadores/as estarão debatendo assuntos em torno da educação popular, por meio de questões transversais como raça, etnia, gênero e geração, sexualidade, dentre outras. 
 
Na manhã desta quarta-feira (20), por exemplo, a diretoria de Política para a Juventude da Fetape realizou uma roda de conversa sobre “Juventude e Sucessão Rural”, que contou com a participação, de jovens do campo e de populações tradicionais, como os indígenas e quilombolas.

“Foi uma experiência riquíssima, onde pudemos trocar experiências que dialogam com o processo de sucessão que queremos. Nós, jovens, temos que nos apropriar da educação popular para avançar na base. Infelizmente, não será a escola que hoje aí está que vai nos ensinar a valorizar a nossa identidade e lutar por nossos direitos”, defende a diretora de Política para a Juventude da Fetape, Adriana Nascimento.

Já no período da tarde de hoje, as diretorias de Organização e Formação e de Mulheres da  Fetape irão trabalhar, respectivamente, as oficinas sobre “Educação popular para fortalecer a organização dos sujeitos do campo – Experiência da Escola Nacional de Formação da Contag (Enfoc), em Pernambuco”; e “Arco-íris do interior: sexualidade e LGBT em contextos rurais”.

No dia 22 (sexta-feira), será a vez da diretoria de Política da Pessoa Idosa da Fetape realizar sua roda de conversa sobre “O envelhecimento digno e saudável.”  
 
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) também estará presente no evento em cinco oficinas, entre elas: "Formação sindical popular e a luta pelo direito à saúde”, no dia 21 (quinta-feira), e “Jovem Saber”, no dia 22. A Enfoc promoverá, ainda, rodas de diálogo e atuará na Arena de Debates.
 
Na avaliação da Fetape, Pernambuco é um estado que conta com  várias experiências de Educação Popular. E no Movimento Sindical Rural também existe essa iniciativa, a exemplo do Programa Jovem Saber, que forma a Juventude da base, na base e pela base; da ENFOC, que tem como base homens e mulheres de todas as idades, faz o debate das questões sociais e reais para dentro e fora do MSTTR. “Sem dúvida , é uma honra Pernambuco, terra de Paulo Freire, grande educador popular, receber o 13º Frepop”, defende Adriana Nascimento.
 
Pensando na formação dos futuros adultos/as, o 13º Frepop reserva um espaço para as crianças, no espaço Frepopinho, onde os pequenos contam com uma programação extensa, entre oficinas de danças populares, pinturas, música, brincadeiras tradicionais, reciclagem, yoga etc..
 
O Fórum tem por objetivo ser um território onde educadores/as populares, aprendizes de todas as matizes sociais e educadores/as que atuam sob o pressuposto de conhecimento socialmente construído e partilhado de forma horizontal, se reúnem para desenvolver atividades de partilha de saberes nos formatos de rodas de conversa, oficinas, painéis, vivências e visitas às comunidades.
 
Origem
 
Inspirado no Fórum Social Mundial, o Fórum de Educação Popular – Frepop foi organizado por educadores e educadoras populares em torno da ONG FREPOP e ocorreu anualmente de 2002 a 2013 , em São Paulo, quando  se definiu que ele seria itinerante. Em 2014, foi realizado em Sergipe, onde se construiu um caminho para que se transformasse em Movimento Social pela Educação Popular e passasse a ser realizado no intervalo de dois em dois anos, com cirandas de mobilização e organização por local, região ou tema.
 
Diferentemente de outros fóruns, o FREPOP não é articulado por Instituições, Redes, Movimentos Sociais, mas sim por vários educadores e educadoras, que estão dentro ou fora desses espaços e querem promover um território de encontro para a articulação de saberes, aprendizagem pessoal e coletiva na perspectiva de construção de uma nova sociedade.

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