EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA: Protesto pela Educação do campo no Brasil

Após o Lançamento da Campanha “Educação não é Mercadoria”, na Câmara dos Deputados, mais de 140 pessoas que participam do Encontro Nacional dos Cursos de Licenciatura em Educação do Campo, que vai até esta sexta-feira(16 de setembro), no CESIR CONTAG, realizaram grande Ato de protesto pela atual conjuntura da educação do campo no Brasil, em frente ao prédio do Ministério da Educação(MEC).

Na pauta as(os) manifestantes  denunciaram a falta de recursos para os Cursos de Licenciatura em Educação do Campo; a suspensão das bolsas de estudos dos docentes do Curso; o não reconhecimento  do Curso nos  concursos públicos realizados por prefeituras  em todo o País; e a necessidade urgente da institucionalização das Licenciaturas em Educação do Campo,  como uma política pública.

Um dos momentos que marcaram o Ato em frente ao MEC foi quando as pessoas queimaram um documento, representando a PEC 241, que trata do congelamento por 20 anos dos gastos voltados às políticas sociais do Brasil, a exemplo da educação e saúde. 

E não parou por aí! Elas(es), ainda protestaram  contra a  privatização da Educação Pública e o fechamento das escolas do campo.

“É um golpe contra os direitos e conquistas sociais. Estamos reunindo força para fazer a luta em unidade com todas as organizações sociais. Um exemplo foi a audiência pública que realizamos hoje com  o lançamento da campanha:  “Educação não é Mercadoria”,  que teve a presença de representantes de 38 Universidades que têm o Curso de Licenciatura em Educação do Campo e também o Ato em frente ao MEC na tarde de hoje(15). Todas essas ações demarcam nossa firmeza e articulação unitária nacional em defesa da educação dos povos do campo, floresta e das águas.  A gente continua resistindo a toda repressão e ameaça de criminalização dos movimentos sociais, implantadas pelo governo Temer.Temos tido a capacidade de ocupar os Ministérios, fazer atos de protesto para manifestar o desmonte que o atual governo vem fazendo para acabar avanços já conquistados”, denunciou o secretário de Políticas Sociais da CONTAG, José Wilson Gonçalves, que participa ativamente do Encontro Nacional dos Cursos de Licenciatura em Educação do Campo e também compareceu a Audiência de lançamento da Campanha “Educação não é Mercadoria”, na Câmara dos Deputados.  

Vale destacar que o Encontro Nacional dos Cursos de Licenciatura em Educação do Campo tem como objetivo discutir a atual situação e o futuro dos Cursos de Licenciatura do Campo, com  a presença de representantes de 38 Cursos de Licenciatura em Educação do Campo, entre os quais estão professores(as), coordenadores(as),  representantes de movimentos sociais e estudantes.

PROGRAMAÇÃO ENCONTRO NACIONAL CURSOS DE LICENCIATURA

O Encontro que e é promovido pelo Fórum Nacional de Educação do Campo (FONEC), segue até esta sexta-feira (16), com importantes mesas de debate. Na manhã de quarta aconteceu uma mesa de balanço da Conjuntura Política e Educacional no País e perspectivas da Educação do Campo, com a deputada Federal pelo PT - DF, Erica Kokay e o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. Na tarde de quarta foi a vez da mesa: Cenário atual das Licenciaturas em Educação do Campo no País, com a professora Mônica Molina da UnB. 

A manhã da quinta-feira(15) aconteceu ainda pela manhã a AUDIÊNCIA PÚBLICA - Lançamento da Campanha “Educação é Direito. Não é mercadoria”, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A tarde foi feita uma Jornada Turístico-Cultural Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios.A noite de quinta, foi marcada pelo lançamento do Livro: Identidade e Cultura dos povos do Campo no Brasil – Entre preconceito e Resistencia qual o papel da Educação, de Raquel Alves de Carvalho.

Nesta sexta-feira(16) será  apresentada a síntese dos debates e propostas/estratégias construídas para ação  e aprovado o Documento do Encontro em Plenária.

DEPOIMENTOS 

Presente no Encontro, a professora da Universidade de Brasília (UNB), Eliene Novaes, destaca alguns desafios para avançar na garantia do direito à Formação de Professores(as) dentro da Universidade.

“Temos em cada Universidade uma situação diferente. Separamos em três grandes blocos: uma é a questão financeira, que a questão de recursos para manutenção desses cursos, a condição de continuarem funcionando na relação com o MEC e com a Universidade; outro são a questões administrativas, que têm haver com o reconhecimento dos Cursos, com implementação e consolidação dos mesmos; um terceiro ponto, são as questões pedagógicas, que primam pela garantia de um processo de formação que assegure os princípios da educação do campo. Esses desafios estão congregados nestes três grandes eixos que desafiam a Universidade organizar para que os Cursos continuem em funcionamento para garantir a formação dos(as) professores(as)”, ressalta a professora da Universidade de Brasília (UNB), Eliene Novaes.

Já a educanda do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, da UFRJ, Janaína, compartilha os desafios em continuar o Curso.

“Viemos aqui para socializar sobre o atual cenário de dificuldades que estamos enfrentando. Na minha Universidade retiraram o direito de uma bolsa de 400 reais que tínhamos, tem gente que só se mantém com essa bolsa. É lamentável”, denuncia a estudante.

O Encontro também é um espaço para que os movimentos sociais se fortaleçam para garantir que direito à Educação do Campo, permaneça no Brasil.

 “Partindo dessa convicção de luta permanente, em que a educação se faz necessária, é que os movimentos se colocam nesse Encontro para problematizar, mas também se  colocar junto pra gente se fortalecer e unificarmos a luta pela Educação do Campo daqui pra frente”, ressalta a integrante do MST, Maria Rezende. 

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