O dia 7 de abril de 2018 não será marcado pela data da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Entrará para a história como o dia de uma das piores injustiças cometidas no País. Lula é o primeiro preso político desde a redemocratização do Brasil.
Depois de sofrer uma condenação sem provas, de ser privado da própria liberdade na tentativa de retirá-lo da próxima disputa eleitoral, o ex-presidente Lula e as organizações sindicais e sociais mostraram toda a sua força e liderança ao mobilizar uma multidão em São Bernardo do Campo/SP e em todo o País em atos de resistência contra a ordem de prisão expedida pelo juiz de 1ª instância Sergio Moro.
Durante missa realizada em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em homenagem ao aniversário de Dona Marisa Letícia, Lula reafirmou sua inocência e que acredita na justiça, mas em uma justiça justa, que condena a partir das provas e que também prenda os ricos e não só os pobres e os trabalhadores e trabalhadoras.
Lula foi o maior presidente da história do Brasil, deu visibilidade aos mais pobres, aos vulneráveis e à classe trabalhadora em geral, principalmente às populações do campo, das florestas e das águas. O ex-presidente foi condenado e, agora preso, por dar mais oportunidades a todos e todas e tornar o Brasil mais justo e soberano nacional e mundialmente. Esse foi o crime que ele cometeu: incomodar a elite conservadora e preconceituosa brasileira. “Se é esse crime que eu cometi, vou continuar a ser criminoso, pois vou fazer muito mais”, diz Lula, com orgulho, a toda multidão.
Está muito claro que o golpe iniciado com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff não terminou. Só se encerra quando convencerem à sociedade de que Lula não pode voltar a ser presidente. Mas, agora, com a sua prisão, a luta será intensificada. “Quanto mais dias me deixarem lá, mais Lulas vão nascer. Sairei dessa maior, mais forte, mais verdadeiro e mais inocente, pois vou provar que eles é que cometeram um crime, um crime político”, destacou Lula.
No entanto, mesmo com a decisão de o ex-presidente se apresentar à Polícia Federal de Curitiba, um dia após o prazo determinado por Moro, sempre com manifestações pacíficas em todo o País, a militância de apoio a Lula foi recebida com violência pela força policial de Curitiba. Pelo menos, oito pessoas ficaram feridas e quatro crianças foram atendidas com ferimentos.
Para a CONTAG, essa coragem de Lula motiva os movimentos sindical e sociais e toda a militância a permanecerem na luta, com mais força, em defesa da democracia, de sua liberdade e de vida melhor para todos e todas.
A CONTAG está integrada à agenda comum da Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo e orientará a base, em breve, sobre as ações programadas em todo o País, inclusive em Brasília e em Curitiba. Também orientamos que as nossas Federações e Sindicatos se somem às ações nos estados e municípios para reforçarmos a luta em defesa da democracia e da liberdade de Lula.
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