MSTTR investe na formação política para fortalecer a organização das mulheres do campo
Trocar conhecimentos e histórias de vida para superar o atual momento e compreender o seu papel na sociedade para lutar por seus direitos. Esse é o principal sentido do 1º Curso Estadual da Enfoc em Pernambuco de Formação Política de Mulheres. Lute como Margarida! O primeiro módulo, realizado de 25 a 28 de março, em Carpina-PE, contou cin com a participação de 70 lideranças e dirigentes do Movimento Sindical dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (MSTTR).
“Formação como meio de superação, um meio de empoderamento, de encorajamento das mulheres. É assim que nós temos visto o processo de formação aqui em Pernambuco. E realizar um processo formativo com as mulheres nesse contexto político é de extrema importância para que elas possam compreender que os seus direitos estão ameaçados por um governo fascista, por um governo que não reconhece o papel das mulheres, por um governo que vem retirando direitos desse segmento ”, contextualiza Maria Jenusi, diretora de Organização e Formação da Fetape.
A turma “LUTE como Margarida” busca inspiração na grande líder sindical e defensora dos direitos humanos Margarida Alves, que foi covardemente assassinada no ano de 1983. Seu nome e sua história de luta inspiraram a Marcha das Margaridas, que este ano entrará na sua sexta edição, nos dias 13 e 14 de agosto, em Brasília-DF.
O curso também tem como objetivo preparar as lideranças para coordenar, animar e organizar a 6ª Marcha das Margaridas. Nesse sentido, serão trabalhados conteúdos relacionados a estratégias de comunicação e mobilização política e financeira para a Marcha. Também haverá um debate com as organizações parceiras que constroem a Marcha das Margaridas.
“Esse processo de formação vai nos ajudar a levar para a sociedade o que é a Marcha para a vida das mulheres. A Marcha não acontece apenas em Brasília. Ela acontece nas comunidades, no dia a dia das mulheres. Já estamos em Marcha”, destaca a diretora de Mulheres da Fetape, Adriana do Nascimento.
Temas como Identidade, patriarcado, feminismo, organização e luta das mulheres do campo foram debatidos neste primeiro módulo. A programação também contou com oficinas de gênero e comunicação e expressão. No último dia foram apresentadas as atividades intermódulos que serão desenvolvidas pelas mulheres nas comunidades. O segundo módulo acontecerá de 15 a 17 de maio. A atividade é uma iniciativa da Escola de Formação da CONTAG. Toda metodologia é baseada no princípio da educação popular que tem como pilares a participação, o diálogo e a construção coletiva.
“Realizar um processo de formação política também no mês de março é para nós muito simbólico. Muito nos orgulha puder vivenciar um momento como esse com as mulheres é dizer que mais do que nunca precisamos reafirmar o papel da formação na construção de uma sociedade mais justa e igualitária”, conclui Jenusi.
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