Agosto é um mês muito simbólico para as mulheres do campo no Brasil. É quando acontece o apogeu das Margaridas - nome dado às mulheres rurais que, destemidas, vão à luta com consciência da sociedade que querem construir, a exemplo da sindicalista paraibana Margarida Alves que foi morta por defender os direitos dos trabalhadores rurais.
Agosto também é o mês do dia das Mulheres Trabalhadoras Rurais contra a Violência no Campo.
Neste post, poderíamos estampar os dados da violência cometida neste ambiente, longe das câmeras de vídeo e fotográficas que documentariam os absurdos contra os povos rurais, contra a biodiversidade, contra todos nós, porque tudo está conectado.
Mas, queremos destacar o lugar que as mulheres das águas, dos campos e das florestas ocupam com relação aos conflitos no campo.
Apesar de temer o enfrentamento, elas bordam em seus corpos e vestimentas a palavra RESISTÊNCIA.
Quantos e quantos casos nos contam que elas decidiram fincar os pés no lugar onde vivem para defender seus territórios, famílias e comunidades do avanço de empresas que têm por trás pessoas influentes e poderosas como políticos, empresários e agentes do Estado, que deveriam proteger os bens públicos e a vida, em vez de expô-los à violência que eles mesmos provocam.
E os campos do Brasil estão cheios de bravas guerreiras que vivem para lutar porque não têm outra opção. Ou lutam, ou morrem. Um dia, Margarida Alves pronunciou estas palavras: "Prefiro morrer na luta do que morrer de fome."
A sentença segue ecoando nas mentes e corações de cada mulher, mesmo que elas nem saibam que um dia Margarida a sentenciou. Isso porque os corpos que geram a vida não vão desistir, nunca, de defender a vida.
E, pra terminar, deixamos um apelo para que a luta das mulheres saia da invisibilidade para que a sociedade conheça as guerreiras de vida árdua que salvaguardam a biodiversidade e o planeta Terra.
Todos nós somos responsáveis por sustentar uma batalha grande para que os gestores públicos de todas as instâncias operem em defesa do mais fraco que, no campo, protegem com seus corpos o que mantém o equilíbrio do nosso planeta.
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