Seminário Nacional de Aprofundamento Temático e Desenvolvimento Metodológico

Quando a educação não é libertadora o sonho do oprimido é ser opressor”

Paulo Freire

Começa mais um caminhar da formação, que tem na educação popular, sua concepção e prática formativa, dessa forma a Secretaria de Formação e Organização Sindical e a Escola Nacional de Formação da CONTAG (ENFOC) realizam o Seminário Nacional de Aprofundamento Temático e Desenvolvimento Metodológico, no período de 11 a 13 de fevereiro de 2020, em Brasília/DF, envolvendo cerca 50 participantes, entre secretários (as) de formação e organização sindical e assessorias de formação das Federações, educadores (as) populares, Equipe Pedagógica da CONTAG e Conselho Político Gestor da ENFOC.

Esse momento de debate e reflexão propõe analisar a estratégia formativa da ENFOC no sentido de fortalecer a atuação do movimento sindical, frente ao contexto político, econômico e social e apontar estratégias e ações para 2020. Nessa perspectiva os (as) participantes estarão refletindo sobre a atual conjuntura política do Brasil, destacando perspectivas e tendências para 2020 e 2022; as experiências formativas desenvolvidas pelas Federações e Sindicatos; a atuação em Rede nos processos de formação de base; a trajetória formativa da ENFOC, sua gestão político-pedagógica e o Fundo Solidário.

A partir das problematizações necessárias ao debate surgem indagações sobre quais os desafios para os trabalhadores (as) rurais agricultores (as) familiares em 2020? O que a vivência e prática dos (as) educadores (as) populares, ao longo dos 13 anos da ENFOC, podem contribuir para repensar o itinerário da ENFOC fortalecendo a estratégia política da formação e as entidades sindicais? E nesse fazer coletivo de diálogos e escuta o seminário inicia com o debate sobre a leitura de contexto, os desafios e perspectivas.

“Este é um ano que o movimento sindical deve pensar mudanças estratégicas importantes diante dos desafios que estão postos. Acredito que podemos fazer uma ação político - sindical e garantir conquistas para os trabalhadores (as) rurais agricultores (as) familiares. E a Diretoria da CONTAG compreende que repensar as estratégias para os próximos anos da nossa organização sindical, sendo importante ter a contribuição das discussões dos Coletivos de Formação e Organização Sindical, de Finanças e Administração, dos (as) presidentes das Federações, alinhados às propostas das Oficinas de Base”, pontuou na abertura do Seminário, o presidente da CONTAG, Aristides Santos.

Sobre a atual conjuntura política do Brasil e as perspectivas e tendências para 2020 e 2022, o jornalista Fernando Horta, remeteu os (as) participantes para uma reflexão sobre o significado de ser “parasita” na sociedade atual, considerando a declaração do ministro Paulo Guedes: “O governo está quebrado, gasta 90% da receita com salário e é obrigado a dar aumento. (...) O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita”. Segundo Horta, Guedes se refere ao trabalhador (a) como a “parasita”.

Contrapondo-se ao discurso do ministro, que desenvolvimento está ligado à ideia de que: “é bonito ser empresário e não trabalhador (a)”, o jornalista afirma que “este é um pensamento fascista, que desvaloriza e precariza as relações trabalhistas, retira direitos de quem produz e enche os bolsos dos patrões/parasitas”.

Diante das questões levantadas sobre como está se desenvolvendo o fascismo no país, Horta, alerta para a necessidade da a classe trabalhadora não abrir mão da defesa física e institucional; organizar uma agenda mínima e recuperar a solidariedade de classe; desfazer conceitos sociais que o fascismo usa em relação à “família”, “segurança”, “corrupção” e “crescimento econômico”; mostrar aos trabalhadores(as) e classe média que há saída na política e economia para uma vida melhor para todos(as); e fortalecer a organização orgânica nas disputas pelo poder.

É preciso compreender também que os novos meios de comunicação oferecem possibilidades diversas de organização e luta. Para Paulo Freire, o fundamental é saber que a luta não acaba, que se reinventa uma nova forma de lutar.

Sigamos em defesa da luta de classe e da educação popular!!!!

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